O que faz uma história ser genérica?
Algumas pessoas podem dizer que é o uso excessivo de
clichês, mas em realidade, qualquer história com mais de duas palavras,
provavelmente faz uso de pelo menos alguns clichês, a diferença entre histórias
boas e ruins nesse quesito sendo apenas o quão proficientemente esses tropos
são aplicados. Digo, quando “Nausicaä do Vale do Vento” tem um combate final
épico numa planície aberta, ou quando o mesmo acontece em “O Senhor dos Anéis:
O Retorno do Rei”, não parece genérico, correto?
Outras pessoas diriam que algo é genérico por ser derivativo
demais, porque o cenário já foi usado tantas outras vezes, mas considerando que
a experiencia humana é limitada a este único planeta com um número finito de
ambientes, história, culturas, sensações, e emoções, é de se esperar que
algumas cenas se repitam em diferentes obras. Por exemplo, “Alice: Madness
Returns” e “Yumme Nikki” são dois jogos que acontecem principalmente no
subconsciente das protagonistas femininas, de forma surreal e muitas vezes
sombria, e “genérico” quase nunca é um criticismo a estas obras.
Existe ainda um terceiro grupo de pessoas que afirmaria que
uma história é genérica se não é inovadora. Mas, por essa definição, todas as
histórias do épico de Gilgamesh são genéricas.
Realisticamente falando, o que constitui uma história
genérica é provavelmente uma combinação de todos estes fatores, e ainda mais;
como sua identidade visual e previsibilidade da obra, e até a experiência
previa do próprio consumidor no momento em que ele primeiro tem contato com a
história. É muito comum, até, que algo seja muito genérico para uma pessoa que
já consumiu muito conteúdo de certo gênero, mas para alguém que tem pouco contato
com esse mundo, a mesma obra seja uma experiencia incrivelmente nova. As vezes
acontece até de alguém consumir um monte de conteúdo “genérico”, e quando
finalmente chegar no material que inspirou toda essa moda em questão, achar
fonte de tudo muito genérica!
Dito tudo isso, o que é genérico para mim?
Resposta: um cenário europeu medieval praticamente
indistinguível de uma versão idealizada desse período histórico desse
continente, porém com a reviravolta de que nesse mundo existe magia, ou elfos,
ou qualquer outra espécie fantástica padrão. Pontos bônus de história genérica
se houver qualquer variação de “rei da escuridão” e/ou “herói escolhido”.
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