Cultura brasileira não é só pobreza e lixo.
É um pouco chato que isso tenha que ser dito para começo de
conversa, mas o que é defendido quando alguém luta para preservar a poluição
das cidades (seja sonora, visual, ou de qualquer outra forma) os beneficiados
não são as classes mais baixas da sociedade, mas sim aqueles do topo, que
ignoram sua responsabilidade de manter nosso ambiente de vivência limpo.
Existem evidencias de que bairros onde o acumulo de lixo é
maior, as pessoas tendem a não valorizarem a si mesmas apropriadamente, os
índices de criminalidade são mais altos, as propriedades localizadas nesses
ambientes sofrem depreciação, e aumentam as chances de que empresas depositem
materiais perigosos inapropriadamente nesses bairros. Além disso, outras formas
de poluição, como o uso excessivo de outdoors também podem causar problemas de
saúde e psicológicos. E, é claro, não é família Batista ou Trajano que são
prejudicadas por isso, mas principalmente aquelas de baixa renda, muitas vezes
pessoas de cor.
Então, políticas que visam eliminar emaranhados de fios
elétricos que obscurecem os céus, ou fachadas de prédios históricos cobertas
por placas de farmácias e outros negócios não são uma “americanização” do
Brasil nascida de um ódio a nós mesmos... porque os Estados Unidos não
inventaram poder ver o céu, ou não sentir cheiro de esgoto da janela do seu
quarto, ou não ser bombardeado por propagandas o tempo inteiro!
Fontes:
https://urbangreenlab.org/less-trash-less-crime-blog/
https://semil.sp.gov.br/educacaoambiental/prateleira-ambiental/poluicao-visual/
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