“NÃO PROCURE POR X COISA NO TIKTOK” ou “o segredo sombrio e perturbador por trás desse desenho”, ou “o jogo que me QUEBROU”, todas frases que você provavelmente já ouviu algumas vezes enquanto scrollando no TikTok ou explorando o YouTube, e todas frases que me incomodam profundamente.
Em primeiro lugar porque elas NUNCA retratam a realidade de
forma apurada, mas vão chegar a uma conclusão decepcionante em 100% das vezes;
a coisa que “traumatizou” o influenciador no TikTok foi só algum tipo de
conteúdo sexualmente sugestivo, o “segredo perturbador” por trás do desenho é
que ele vem de um erogue ou sei lá, e o jogo que “quebrou” o tal do youtuber só
contém uma historinha triste típica, no máximo.
Eu já vi defensores dos direitos dos influenciadores falando
que, como tudo não passa de entretenimento, essas pessoas estão apenas
cumprindo sua função em dramatizar e aumentar e exagerar tudo ao redor das
histórias que eles estão contando.
Mas o contra argumento para isso, na minha concepção deveria
ser óbvio em primeiro lugar: foram ELES MESMOS quem escolheram falar sobre
esses tópicos entediantes! A responsabilidade pelo seu conteúdo ser chato cai
inteiramente sobre eles!
Essas pessoas vivem num universo de 14 bilhões de anos, mais
de duzentos países, 300 mil anos de humanidade, uma realidade onde existe um
número praticamente infinito de tópicos que poderiam muito bem se encaixar no
tipo de vídeo que eles fazem, mas por livre e espontânea vontade decidem
dedicar seu tempo para produzir um vídeo de 40 minutos sobre “O Vazio de Ben
10” ou sei lá. E não é nem como se o vídeo fosse bom, muitas vezes é só um
resumo de um episódio, ou descrições que qualquer pessoa que já consumiu a
série em questão já sabe.
Mas nisso entramos também na auto defesa de alguns por aí,
que é imediatamente pular para o argumento de que “ah, não, você não gosta
desse conteúdo porque o TikTok torrou teus neurônios”, “dopamina isso e
aquilo”, “zero capacidade de atenção”.
Ai tu vai ver o vídeo do cara, e é assim “Quanto é 1 + 1?” e
ao invés de dar a resposta de uma vez, ele passa 5 minutos falando sobre a
história dos números arábicos, o material químico que compõe o lápis de
escrever que ele vai usar para fazer a conta, e como foi seus primeiros nove
anos de infância.
Essa pessoa não tem direito algum de reclamar que ninguém tá
prestando atenção no seu vídeo, foi ela mesma quem escolheu abordar uma questão
que poderia ser respondida em menos de três segundos, e esticar esses três
segundos por uma infinidade de tempo.
E isso é especialmente ruim quando você procura por
tutoriais na internet: as vez tudo o que você precisa saber é uma linha de
informação, mas isso fica soterrado sob 20 minutos encheção de linguiça...
Nenhum comentário:
Postar um comentário