Ficção não é realidade.
Eu espero que essa frase seja óbvia para você, e que você realmente entenda seu significado, mas existe um número significativo de pessoas por aí a fora que não parecem compreender essa diferença, infelizmente.
Para começo de conversa, temos teoristas da conspiração
citando filmes como fontes factuais genuínas, onde pessoas que assistem uma
mídia áudio visual admitidamente fictícia, apontam para a tela e dizem: isso é
real, e eu acredito nisso agora.
Também são tristemente comuns casos onde a audiência manda
cartas e ameaças de todo tipo para atores que interpretam vilões em séries de
TV.
Existe gente que julga o caráter de outros como desprezível
porque eles fizeram cosplay de algum antagonista fictício.
E eu já vi, também, pessoas tratando outras que jogaram o
mesmo videogame que elas, mas seguiram por uma rota vilanesca, como genuínos
sociopatas sem coração.
Agora, eu não vim aqui para zombar de pessoas com quadros
clínicos sérios e reais, como transtornos dissociativos, de forma alguma. Mas
eu acredito que é sempre bom lembrar que... histórias de ficção são, para
colocar da forma mais simples possível, apenas “mentirinha”, tá bom?
Uma coisa é discutir sobre os temas trazidos à tona por
qualquer peça de ficção, concordar ou discordar com as sugestões do autor, ou
até desistir de continuar a consumir essa mesma história por causa desses
temas; tudo isso é perfeitamente justo e sensato, eu mesmo já parei de ler mais
do que apenas uma só coisa por conta de um romance horrível, por exemplo. Mas
outra coisa completamente diferente é tratar o mero levantamento de qualquer
tema numa história de ficção como algo inerentemente imoral.
É literalmente irrelevante se o seu coleguinha acha
divertido assistir um anime, ou ler uma fanfic, ou jogar um jogo que você não
gosta, e levar isso tão a sério a ponto de promover uma caça às bruxas virtual
conservadora, é fruto de argumentos de má fé, e falta de sensos crítico e
maturidade.
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