Esse é um resumo do livro Memórias de Emília
O livro começa com a Emília decidindo que quer escrever suas memórias, e tem
até uma parte onde filosofa sobre o gênero e as mentiras deste, que me surpreendeu por
existir num livro de crianças. Na verdade, filosofia é um tema repetidamente
abordado no livro, e achei isso bem interessante.
Enfim, ela convence/força o Visconde Sabugosa a escrever o
livro por ela enquanto ela vai brincar, e ele diz que ela foi feita de
retalhos, ganhou a habilidade da fala por conta de uma pílula de um Doutor
Caramujo, e então passa a narrar a principal aventura do livro: quando um anjo
parou no sítio.
Devido a acontecimentos resultantes de outra aventura, o
Visconde Sabugosa acidentalmente quebra a asa de um anjinho quando ele e a
turma do sítio foram visitar a galáxia, esbarrando no mesmo enquanto o
celestial brincava nas nuvens. Uma vez que o anjo não conseguia mais voar,
trouxeram-no para o sítio, e lá Emília cuidou dele, o ensinando tudo sobre o
mundo, e rindo muito de sua ignorância (vou te contar, essa garota de pano me
surpreendeu demais nesse livro, e o pior ainda está por vir).
Boatos da presença do anjo no sítio se espalham pelo mundo,
e as crianças de todo o planeta queriam vir, mas porque o sítio não podia suportar todas de uma vez, primeiro vêm as da Inglaterra: estão doidas de
empolgação, então, com medo de ter “seu” anjo raptado, Emília convence os
demais a esconder o anjinho num tronco oco e disfarçar o Visconde Sabugosa de
anjo.
As crianças veem o Visconde disfarçado e ficam muito
decepcionadas, mas Peter Pan (sim, ele mesmo) logo entende a farsa e conversa
com Pedrinho que admite tudo. Antes que Pedrinho possa mostrar o verdadeiro
anjinho para o novo amigo, porém, o Capitão Gancho (sim, ele mesmo) aparece e é
claro que ele quer raptar o ser celestial... mas falha, quando apanha para o
Marinheiro Popeye (pela terceira vez, sim, o próprio – copyright tremia de medo
perante o mestre Monteiro Lobato). Enfim, Popeye não tem boas intenções também,
e quer vender o anjo para a indústria do cinema, então as crianças do sítio têm
de salva-lo...
Mas o marinheiro é muito forte depois de comer seu
espinafre: derrota muitos outros ingleses, ninguém pode pará-lo enquanto
“buffado” pela verdura. Ninguém menos Emília, isso é.
A boneca descobre o tempo que dura o fortalecimento de
Popeye e sabota sua reserva de espinafre, ao mesmo tempo que fazendo Pedrinho e
Peter Pan comam da verdura, permitindo que estes derrotem o marinheiro.
Mas se pensas que esse é o final feliz, não poderias estar
mais errado.
Porque o anjo finalmente melhora de sua asa quebrada, e
agora quer partir de volta para o céu... e Emília sabe disso muito bem. Por
isso mesmo ela quer cortar as pontas das asas do anjo para que ele nunca
mais voe, e até faz um discurso digno de super vilã justificando-se
(meu deus, preciso incluir ela num dos meus livros)!
Felizmente a Emília não consegue executar seu plano a tempo,
e o anjo retorna para seu lar aos céus... então a boneca de pano grita inúmeros
comentários racistas contra a Tia Nastácia, porque a mulher não a ajudou a
cometer um sacrilégio, e a mulher chora (Monteiro Lobato nasceu no século 19,
afinal, né). Emília até parece se sentir um pouco culpada por isso depois, mas
nunca pede desculpas.
Enfim, depois disso Emília simplesmente ordena que o
Visconde Sabugosa invente um monte de mentiras e escreva em suas memórias sobre
ela ir para Hollywood e brincar com sua atriz favorita, se não ela
arrancaria seus braços e pernas (eu tô dizendo, essa é uma das personagens
mais doidas do cânone fantástico brasileiro).
O Visconde escuta à Emília e faz como ela diz, não querendo
ser desmembrado, mas também coloca um trecho onde ele fala muito mal dela, a
chamando de egoísta cruel e muito mais... que ela descobre. E APROVA, admitindo
que isso é realmente quem ela é.
Por fim, ela diz que enquanto o Visconde Sabugosa é um gênio
da escrita, ela quem é a verdadeira inteligente dali, pois será ela quem vai
receber todo o crédito pelo livro, e se ele não aceitar escrevê-lo, ela
simplesmente vai pedir para outra pessoa fazê-lo, e o Visconde reconhece que
seu talento nunca vai ser reconhecido. Fim.
Eu amo a Emília!!!
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