quinta-feira, 1 de maio de 2025

As Missões de Assassin's Creed São Chatas Bagarai, Véi


    Eu amo o cenário e as reconstruções históricas feitas nos jogos de Assassin’s Creed, a verticalidade da série sempre foi um ponto forte, e a lore da franquia é bem interessante.

    E é justamente porque eu vejo tanto potencial nos RPGs de Assasin’s Creed, que eu fico tão frustrado com o quanto a Ubisoft deixa a desejar no departamento de criação de missões.

    O primeiro dos RPGs de Assasssin’s Creed que eu joguei foi Origins, e eu não vou me repetir: foi lindo, é maravilhoso explorar uma versão historicamente apurada de Alexandria. Mas, cara, não se tem absolutamente nada pra fazer naquela cidade, ela é só um grande desperdício de espaço!

    Você não pode falar com ninguém, não pode interagir com nada, seu dinheiro só serve pra comprar roupinhas com variações quase imperceptíveis de uma para a outra (e nem todos, porque apesar de ter comprado o jogo, você não é dono dele por completo, e parte das skins tem de ser compradas com dinheiro real), e o pior de tudo, as missões secundárias do jogo são extremamente entediantes.

    É inacreditável o tanto de trabalho que foi posto na pesquisa e modelagem daquele jogo, de ver o Egito antigo, mas na parte de vivenciar o lugar, eles perderam o interesse completamente e fizeram qualquer coisa genérica.

    As missões se resumem a: entre num forte e liberte prisioneiros, ou entre num forte e mate um alvo. E só, é isso aí.

    E se você espera qualquer coisa mais por parte de história, a narrativa que justifica essas tarefas não passa de “ei, roubaram meu cavalo, traz ele de volta!”, ou “ei, roubaram meu cavalo, mata o ladrão!”, e é isso. São tão básicas, superficiais e sem desenvolvimento real, que parecem ser geradas aleatoriamente.

    E no momento eu estou jogando Black Flag, e enquanto eu sei que é mais antigo que o Origins, a solução genial que tiveram para deixar o mundo mais vivo foi espalhar um milhão de coletáveis por aí. Mano, eu sei que tem gente que se importa com coletáveis, e conquistas e tudo isso, mas eu não poderia cagar mais para isso.

    Cada jogo da série Assassin’s Creed parece investir 60 trilhões na parte visual, mas na escrita eles contratam o sobrinho do supervisor, ou oferecem uma Coca-Cola quente como pagamento para um programador com insônia criar qualquer coisa lá...

    Tanto que em Valhalla, pelo que sei, eles decidiram adotar totalmente geração procedural (IA para substituir roteiristas de verdade) e criar um número infinito de missões secundárias desprovidas de qualquer emoção, significado ou consequência; um oceano inteiro de conteúdo de duas dimensões apenas.

    E isso não é nem um pouco surpreendente, vindo dessa empresa, realmente:  a Ubisoft desenvolve uam fórmula de sucesso (como os RPGS de Assassin’s Creed, que não apenas eu mas muita gente botou fé demais), e procede a utiliza-la até a falência da franquia, investindo apenas naquilo que permite que eles cortem ainda mais custos e maximizem lucros ao invés da experiência dos players.

    Resumindo, se tem um ser humano por trás do roteiro das missões de Assassin’s Creed, essa cara precisa ser demitido imediatamente... Mas não tem um humano. 

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